
Quintal do Natureba
Experiências e aprendizagens em hortas, jardins e afins...
Hortas



O importante é começar...
Viver no campo não é só morar nesse espaço, é preciso fazer parte dele, interagir com as árvores, reconhecer o canto dos pássaros, conhecer a época dos plantios, vivenciar cada estação do ano, conhecer as ervas do caminho e sua aplicação, fazer parte do ambiente agindo em conformidade com o momento, procurar não interferir em demasia nos ciclos naturais, respeitar cada forma de vida, etc. No fundo é adaptar o nosso estilo de vida ao local que moramos, sem as nossas manias imediatistas de viver em função de uma atividade, seja ela qual for. É sem dúvida, saber valorizar o espaço e suas vicissitudes.
ENTUSIASMO
Sempre que possível viva o espaço rural com entusiamo, com entrega e procure essa vivência fazendo caminhadas pelos cerros e vales dos arredores onde mora, cultive flores no jardim, faça podas em árvores, plante árvores frutíferas, construa recantos no seu quintal, recolha frutos secos, caso existam, etc. Coisas normais de quem tem casa no campo com um pequeno quintal.
Até aí nada de novo, o grande desafio, é sem dúvida, a produção de hortaliças biológicas, algo que é natural estar na cabeça de quem vive no campo, afinal, viver no campo e possuir um pequeno terreno e não plantar nada, é como morar no litoral e não tomar banho de mar. Produzir aquilo que se consome para além de ser um prazer, tornou-se numa necessidade nos dias atuais, pois cada vez mais, os produtos que compramos estão carregados de produtos químicos nocivos e, para além disso, todo o processo industrial retira a qualidade dos produtos e estão desajustados do ponto de vista sustentável com tantos gastos de energia, transporte, etc.
Essa ideia de plantar tomou novo impulso, quando me apercebi que havia materiais de construção e de jardim, com por exemplo: tubos, calhas, madeiras, vasos, fios, lajotas, pedras, floreiras, telhas, canos, andaimes, etc que tinham sido herdados do meu amigo Pratas e que estavam atulhando o meu terreno e não tinham nenhum tipo de serventia. Foi também por este motivo, ou seja, o de reutilizar materiais, que acabei com construir o viveiro e os canteiros.
Então pus mãos à obra e iniciei este projeto nos tempos livres, que com o passar do tempo, passou a ter uma maior ocupação, diga-se de passagem que, com aumento do entusiasmo, fui incluindo os finais de semana e implicou também uma mudança de horários, como por exemplo, levantar mais cedo, no início custou um pouco, mas com o desenvolvimento e crescimento das plantas deixou de ser um sacrifício para se tornar um prazer.
As informações que vou fornecendo têm a ver com a minha pequena prática efetiva e não em teorias retiradas de livros e outros locais, sem desmerecer as informações, como é lógico, que são sempre úteis, mas quando confrontadas com a prática, muita coisa altera-se, e é aí que vem a nossa capacidade de adaptação as circunstâncias. Se estiver atento aquilo que se passa na natureza, também será capaz de promover mudanças no trabalho efetivo com a terra, e mudar aquilo que precisa ser mudado, desde o local, o sombreamento, a quantidade de água da rega, o espaçamento entre os legumes, etc..
Compostagem





Como fazer...
Um dos maiores problemas do mundo atual é o aumento exponencial do lixo. Se pudermos diminuir aquilo que vai para o contentor de lixo comum, seria ótimo, agora, se pudermos produzir algo com esse resíduo, melhor ainda, assim ajudaríamos substancialmente a diminuir a matéria orgânica que vai para os aterros sanitários.
Então aí vai uma sugestão para produzir o seu próprio adubo caseiro (composto). Antes de mais nada, escolha um local ligeiramente afastado e bem ventilado, pois durante a decomposição os resíduos libertarão alguns gases com um odor muito forte.
Materiais
- separar todos os resíduos orgânicos quando da elaboração de alimentos na sua cozinha, não inclua os restos de comida e ponha em um balde, se quiser acelerar o processo, corte em pedaços pequenos os restos orgânicos maiores e muito grossos, como talos e cascas maiores.
- borras de café, cascas de ovo e papéis sem tinta, como guardanapos também podem ser usados, mas não exagere.
- arranjar caixotes / vasos grandes/ ou outros suportes.
- arranjar restos de vegetais, como folhas secas, restolho, pequenos galhos, palha, cuidado com os restos vegetais com ervas "daninhas", etc
Fase 1
Caixote 1
No primeiro caixote/vaso, coloque primeiramente uma camada de folhas e/ou resto de vegetais secos no fundo, depois ponha uma camada dos resíduos orgânicos da cozinha e volte a cobrir com outra camada de folhas/resto de vegetais secos.
Vá acrescentando várias camadas da mesma forma até encher o caixote, pode levar algum tempo. Deixe esse caixote de lado depois de estar completamente cheio, não esqueça que o processo de decomposição irá fazer abaixar o volume do composto. Verifique o processo de vez em quando, basta enfiar uma vara e ver se está muito húmido e ainda possui algum cheiro muito forte. A decomposição é variável conforme a humidade e a temperatura da estação do momento. Não acrescente mais nada neste caixote/vaso, deixe descansar, pode ir revolvendo de vez em quando.
Caixote 2
Em outro caixote/vaso faça o mesmo procedimento, até encher. É claro que o tempo desse procedimento é variável conforme o tamanho do recipiente, do número de pessoas da casa e consequentemente do volume de resíduo produzido. Depois de cheio também deixe descansar, pode revolver de vez em quando.
Caixote 3
Repita o mesmo procedimento dos outros caixotes/vasos anteriores.
Depois de alguns meses, o tempo é variável como já foi dito, volte ao primeiro caixote/vaso e veja como está o processo. Revolva o composto com uma pá ou garfo de jardinagem. Se ainda tiver um cheiro muito forte, tem que esperar mais algum tempo. Se estiver muito seco, pode humedecer com um pouco de água.
Fase 2
Quando abrir o caixote 1, e já não houver cheiro, a não ser algo parecido com o odor a terra, então, podes despejar e espalhar esse composto em algum local plano e bem ensolarado para completar a secagem. Se ainda tiver pedaços muito grandes procure triturá-los. O caixote já pode voltar a ser utilizado, reinicie o processo. Faça assim com os demais e reinicie todo o processo.
Fase 3
Quando estiver bem seco e em pedaços menores com cheirinho de terra, é só passar por uma peneira para formar os grânulos parecidos com a areia preta e assim facilitar a assimilação dos minerais pelas plantas.
Bem- haja!